Por Dane Avanzi
A UIT - União Internacional de Telecomunicações - agência da ONU
dedicada ao desenvolvimento das telecomunicações em âmbito mundial,
apontou que o Brasil ocupa o sexagésimo lugar no índice de
desenvolvimento do uso da internet. Os dados desse estudo foram
mensurados entre 2010 e 2011 e levaram em consideração o acesso ao
serviço de internet tanto em dispositivos móveis como em dispositivos
fixos.
Embora o uso das tecnologias esteja bastante facilitado, seja pelas
opções de parcelamento ou pelo aumento do nível de renda da população
economicamente ativa, o número de acessos ainda pode crescer muito,
especialmente nas ocasiões dos eventos esportivos que se aproximam.
Visando a melhoria da qualidade do serviço de telefonia móvel, novas
arquiteturas de rede integrando redes LAN (local area network) com as
redes de LTE (Long Term Evolution), chamadas simplesmente de 4G,
assinalam que a convergência tecnológica para o protocolo TCP/IP
(conjunto de protocolos de comunicação entre computadores em rede) é
irreversível.
Nessa nova arquitetura de rede as estações radio-base da nova geração
(que são os equipamentos de retransmissão de sinal) serão híbridas, o
que significa que operarão com as duas tecnologias quando implantadas em
local de alta densidade de pessoas e poderão garantir o acesso à
internet e garantir que a telefonia móvel tenha cada vez mais qualidade,
uma vez que a velocidade do 4G estará dimensionada à quantidade de
hotspots (antenas que captam o sinal do aparelho celular dos assinantes,
permitindo seu acesso à rede).
Para que tudo isso se torne realidade e o consumidor perceba a
diferença de qualidade durante os grandes eventos que o país receberá, é
preciso percorrer um longo caminho. Os equipamentos devem ser
homologados pela Anatel e liberados para instalação em locais
estratégicos.
A construção e instalação de torres tornou-se um assunto espinhoso para
as operadoras que estão obrigadas a obedecer a normas de saúde e meio
ambiente, que são mais rigorosas em ambientes urbanos. Obras de
lançamento de cabos de fibra ótica conectando essas torres ao backbone
central devem ser efetivadas e concluídas em tempo hábil.
O sucesso dessa empreitada depende do trabalho árduo das operadoras, da
Anatel e da Telebrás, empresa responsável pela fibra ótica que faz
parte do Plano Nacional de Banda Larga. Mais do que nos preparar para os
grandes eventos esportivos, o trabalho tem que ser feito para evitar
que a saturação do atual sistema entre em colapso. Atualmente muitas
outras aplicações industriais e comerciais estão sendo associadas ao
serviço de telefonia móvel, como suporte a transações bancárias,
monitoramento de patrimônio à distância por empresas de alarmes,
rastreamento de pessoas e veículos, sem falar da tendência de "cloud
computing" (computação na nuvem) que armazena dados em servidores que
são acessados via internet, tais como fotos, vídeos e documentos de
todas as espécies. Na prática, tudo para funcionar precisa de internet
que cada vez mais está sendo acessada através de dispositivos móveis.
Dane Avanzi, e advogado e empresário de engenharia civil, elétrica e de
telecomunicações e diretor presidente do Instituto Avanzi, ONG de
Defesa do Consumidor de Telecomunicações.
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