quinta-feira, 14 de junho de 2012

Perolas do Jô ao entrevistar apresentador da ESPN

O jornalista Paulo Vinicius Coelho, da ESPN Brasil, foi o convidado do Programa do Jô, exibido pela TV Globo no início da madrugada desta quarta e, na condição de profundo conhecedor de futebol, falou bastante sobre seleção brasileira, mas foi o colega do PVC, o também jornalista Lúcio de Castro, da sucursal carioca da ESPN, quem virou o alvo de Jô Soares na entrevista, sendo chamado pelo apresentador de "gordinho do Rio".


Jô pegou no pé até do tom de voz do jornalista em suas participações no programa Bate-Bola, da emissora. "Quando o Guardiola deixou o Barcelona, ouvi no programa que vocês fazem alguém perguntar: 'por que a gente não convida ele para ser técnico da seleção?'. E aquele gordinho do Rio - como é o nome dele, mesmo? -, Lúcio de Castro dizer: 'ele era capaz de aceitar. Pode convidar'. Aliás, o Lúcio acha que ele tem que falar alto porque ele tá no Rio", cutucou novamente Jô, tentando imitar o jornalista carioca, para em seguida finalizar o seu raciocínio: "todo mundo, de uma maneira geral, sempre critica mais o técnico do que a seleção em si. Trazer o Guardiola é uma coisa impensável porque jamais trouxeram um técnico de fora".

Enfim, opinião de Jô Soares à parte — e nessa de um técnico do exterior não poder trabalhar na seleção eu discordo muito —, PVC era quem tinha muito a falar. E falou bem. Disse, entre outras coisas, que o time brasileiro hoje comandado por Mano Menezes vive um processo de formação e evolução para que, a partir dos Jogos de Londres, e com o acréscimo de outros atletas fora da idade olímpica, possa então ganhar corpo e se transformar em uma seleção capaz de brigar em 2014 pela inédita conquista de uma Copa do Mundo dentro do país.

E foi dentro desse raciocínio que o jornalista fez uma observação que certamente preocupa muita gente que torce pelo hexacampeonato, mas que é perfeita: com tantos jovens que carecem de amadurecimento, dois anos serão suficientes para toda essa evolução visando o Mundial?
Eis como PVC explicou no programa: "a Alemanha teve em 2000 uma eliminação vexatória na primeira fase da Eurocopa. Dois anos depois, ela fez uma seleção envelhecida e entendeu que tinha que jogar de uma maneira pragmática e foi vice-campeão do mundo. Não deu jeito. Dois anos mais tarde, ela foi eliminada da Eurocopa, de novo na primeira fase e novamente de forma vexatória. Aí o Klinsmann assumiu a seleção e começou um processo de renovação e investimento nas seleções Sub-17 e Sub-19. Ela acabou não chegando a uma final de Copa. Foi terceira colocada em 2006 e terceira em 2010, mas dali se montou um time que deu um vareio de bola no Brasil no amistoso em agosto [de 2011]", recordou.

E finalizou o raciocínio: "o caminho do Brasil é o mesmo. A pergunta é se dá tempo para transformar esses garotos talentosos num time forte para ganhar a Copa do Mundo daqui a dois anos. A minha impressão é que tem um processo de formação do time. Primeiro, o olímpico. Dali vai sair a base que vai virar o time da Copa do Mundo dali a dois anos, enxertando o Ramires, Hernanes, colocando o Daniel Alves, eventualmente Júlio César e vai ter a estrutura do time titular. E nesse acerto e erro, vai entrar o Hulk para dar maturidade, embora não tenha o talento do Lucas, que tem toda a habilidade e potencial para ser titular desse time ".

Ainda segundo o jornalista, a oscilação do futebol apresentado pela atual seleção brasileira tem relação com o intervalo de gerações entre os principais candidatos a protagonistas nas últimas Copas, Ronaldinho e Kaká, hoje com idades mais avançadas, e os jovens que hoje são apontados como as maiores esperanças do time brasileiro. "Tem muito a ver com um hiato de gerações: Kaká aos 30 e Ronaldinho Gaúcho aos 32 anos e o Neymar com 20. Pra mim, é muito menos uma crise de talento e mais de maturidade", avaliou.

Veja outros temas tratados pelo jornalista Paulo Vinicius Coelho na entrevista a Jô Soares:

Marcelo
"Tem que controlar. Dosar um pouco o facho".

Leandro Damião
"Ele tem tido dificuldade com zagueiros mais experientes. A gente joga com mais espaço no Brasil do que na Europa. Quando ele pega um zagueiro que está mais acostumado com futebol europeu, tem dificuldade".

Hulk e Lucas
"Eu acho que o Lucas é um jogador que está sendo preparado e que pode jogar no lugar do Hulk. É um jogador talhado para jogar pelo lado do campo. Talvez o que falte a ele é a experiência internacional que o Hulk tem".

Neymar
"Cada vez que pela seleção ou pelo Santos ele enfrenta um marcador mais forte, como foi contra o Vélez, a pergunta que se faz é: será que o Neymar tá jogando tão bem porque o nível do futebol brasileiro é mais fraco ou será que é porque ele é tão brilhante? Eu acho que o Neymar é um jogador de 20 anos. O Zico com 20 anos não era titular do Flamengo".

Oscar
"Oscar foi a melhor coisa dessa excursão de quatro jogos".

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