Enfim, opinião de Jô Soares à parte — e nessa de um técnico do exterior não poder trabalhar na seleção eu discordo muito —, PVC era quem tinha muito a falar. E falou bem. Disse, entre outras coisas, que o time brasileiro hoje comandado por Mano Menezes vive um processo de formação e evolução para que, a partir dos Jogos de Londres, e com o acréscimo de outros atletas fora da idade olímpica, possa então ganhar corpo e se transformar em uma seleção capaz de brigar em 2014 pela inédita conquista de uma Copa do Mundo dentro do país.
E foi dentro desse raciocínio que o jornalista fez uma observação que certamente preocupa muita gente que torce pelo hexacampeonato, mas que é perfeita: com tantos jovens que carecem de amadurecimento, dois anos serão suficientes para toda essa evolução visando o Mundial?
Eis como PVC explicou no programa: "a Alemanha teve em 2000 uma eliminação vexatória na primeira fase da Eurocopa. Dois anos depois, ela fez uma seleção envelhecida e entendeu que tinha que jogar de uma maneira pragmática e foi vice-campeão do mundo. Não deu jeito. Dois anos mais tarde, ela foi eliminada da Eurocopa, de novo na primeira fase e novamente de forma vexatória. Aí o Klinsmann assumiu a seleção e começou um processo de renovação e investimento nas seleções Sub-17 e Sub-19. Ela acabou não chegando a uma final de Copa. Foi terceira colocada em 2006 e terceira em 2010, mas dali se montou um time que deu um vareio de bola no Brasil no amistoso em agosto [de 2011]", recordou.
E finalizou o raciocínio: "o caminho do Brasil é o mesmo. A pergunta é se dá tempo para transformar esses garotos talentosos num time forte para ganhar a Copa do Mundo daqui a dois anos. A minha impressão é que tem um processo de formação do time. Primeiro, o olímpico. Dali vai sair a base que vai virar o time da Copa do Mundo dali a dois anos, enxertando o Ramires, Hernanes, colocando o Daniel Alves, eventualmente Júlio César e vai ter a estrutura do time titular. E nesse acerto e erro, vai entrar o Hulk para dar maturidade, embora não tenha o talento do Lucas, que tem toda a habilidade e potencial para ser titular desse time ".
Ainda segundo o jornalista, a oscilação do futebol apresentado pela atual seleção brasileira tem relação com o intervalo de gerações entre os principais candidatos a protagonistas nas últimas Copas, Ronaldinho e Kaká, hoje com idades mais avançadas, e os jovens que hoje são apontados como as maiores esperanças do time brasileiro. "Tem muito a ver com um hiato de gerações: Kaká aos 30 e Ronaldinho Gaúcho aos 32 anos e o Neymar com 20. Pra mim, é muito menos uma crise de talento e mais de maturidade", avaliou.
Veja outros temas tratados pelo jornalista Paulo Vinicius Coelho na entrevista a Jô Soares:
Marcelo
"Tem que controlar. Dosar um pouco o facho".
Leandro Damião
"Ele tem tido dificuldade com zagueiros mais experientes. A gente joga com mais espaço no Brasil do que na Europa. Quando ele pega um zagueiro que está mais acostumado com futebol europeu, tem dificuldade".
Hulk e Lucas
"Eu acho que o Lucas é um jogador que está sendo preparado e que pode jogar no lugar do Hulk. É um jogador talhado para jogar pelo lado do campo. Talvez o que falte a ele é a experiência internacional que o Hulk tem".
Neymar
"Cada vez que pela seleção ou pelo Santos ele enfrenta um marcador mais forte, como foi contra o Vélez, a pergunta que se faz é: será que o Neymar tá jogando tão bem porque o nível do futebol brasileiro é mais fraco ou será que é porque ele é tão brilhante? Eu acho que o Neymar é um jogador de 20 anos. O Zico com 20 anos não era titular do Flamengo".
Oscar
"Oscar foi a melhor coisa dessa excursão de quatro jogos".
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